A pintura expressionista do arquiteto e artista plástico angolano Lito Dias estará em exposição na AC Galeria de Arte de 27 de março a 30 de abril. A mostra levará ao público 33 telas produzidas pelo artista entre 2009 e 2011 e outras duas de 1999. Na maioria das telas, o material empregado é tinta acrílica sobre tela e, por vezes, areia e cola de PVC, formando uma base em relevo. A curadoria está a cargo do arquiteto Haron Cohen, que tem em seu currículo exposições como a dos 100 anos de Pinacoteca (São Paulo, Fiesp), 18ª e 19ª Bienal de São Paulo, Brasil dos Viajantes (São Paulo e Museu de Belém em Portugal), Tomas Ender (São Paulo e Rio de Janeiro) e Oscar Niemeyer (São Paulo, Brasília, Buenos Aires, Lisboa, Bruxelas, Frankfurt e Copenhagen), entre outras. A vernissage que abrirá a exposição será no próximo dia 27, das 11h às 17h.
“Com o objetivo de abraçar emoções e fazer prosperar ideias construtivas carregadas de sentidos e conteúdos, as obras de Lito Dias constroem os territórios da presença. Como se já estivessem ali a iluminar ideários, estabelecendo discursos inteligíveis e concatenados”, descreve Haron Cohen. E acrescenta: “Os olhares de Angola, da velha Lisboa e de São Paulo estão presentes em suas peças, como nós de um mesmo tecido enriquecido pela cultura de povos que encantam e renovam suas propostas.”
As primeiras obras de Lito Dias foram desenvolvidas nos anos 80 e 90, expostas em mostras coletivas e individuais no Centro Cultural Vergueiro e no Salão Paulista de Artes Plásticas, entre outras. De lá para cá, enquanto se dividia entre o exercício da arte e o da arquitetura, nunca abandonou a pintura e o desenho. “De forma compulsiva, enchia cadernos e mais cadernos com riscos e ideias, desenhando e pintando para pequenas plateias”, conta Lito Dias. As obras a serem expostas na AC Galeria procuram traduzir, nas palavras de seu autor, “a força do homem e suas angústias”. “Inspiro-me no desejo de criar um lugar, de inventar um caminho e de me curvar às forças da natureza. Representam os poetas e pensadores que dançam no meu espírito e na minha mente, criando os enredos na minha arte”, completa.
Porque a comparação só é possível,
quando se pode medir.
E como se pode aferir uma pintura abstrata?
Alguns critérios possíveis para ver as obras de Lito Dias:
O equilíbrio entre os cheios e os vazios;
A graça e a dinâmica entre as cores e as formas;
A expressividade, gestualidade e a contenção;
E por final a impressão geral em que se avaliam as cores, formas e texturas com caráter integro que intentam contar uma história. Dentre tantas.
Com o objetivo de abraçar emoções e fazer prosperar ideais construtivas carregadas de sentidos e conteúdos construindo os territórios da presença. Como se já estivessem ali a iluminar ideários, estabelecendo discursos inteligíveis e concatenados.
Evidentemente, toda a história da arte mundial e toda a manifestação artística lhe são próximas de forma mais ou menos avassaladora.
As suas primeiras exposições perdem-se nos anos 80 e 90 do século passado, quando fez exposições coletivas e individuais no Centro Cultural Vergueiro e participou dum Salão Paulista, entre outras.
Aí, quando se decidia entre o exercício da arte ou da arquitetura, nunca abandonou a pintura e o desenho e de forma compulsiva enchia cadernos e mais cadernos com riscos idéias, desenhando e pintando para pequenas platéias.
Nele os olhares de Angola, da velha Lisboa e de São Paulo como nós de um mesmo tecido enriquecido pela cultura de tantos povos encantam e renovam suas propostas.
Porque um artista está em
Fazer ver o mundo, ou partes dele
Como se nosso fosse,
E aí a expressão dessa intenção maravilhosa que é a revelação
Das suas gentes, seus sonhos e seus mundos…
Que se confundem.
– Haron Cohen, Março de 2011, São Paulo
Ficha Técnica
Artista: Lito Dias (1961-2014)
Data: 27 de março a 30 de abril de 2011
Local: AC Galeria de Arte
Curador: Haron Cohen
Arquitetura de exposição: Haron Cohen